VISTORIA: Detentos no HGR sem acompanhante e ida ao banheiro limitada

São 21 reeducandos internados no Hospital Geral de Roraima, pelo menos até o momento da visita da defensora pública do Estado, Aline Pereira, aos blocos da unidade, ocorrida nesta segunda-feira, 27, às 20h.

Foi verificado que os internados estavam sem acompanhantes e apenas com um agente penitenciário plantonista para atender os blocos que possuem algum preso doente. Assim, com o número reduzido de agentes, os presos visitados estavam todos algemados e com correntes na maca.

Por esse motivo, segundo relatos dos doentes, o horário para irem ao banheiro é controlado. É permitido ir uma vez de manhã e uma vez à tarde, e ainda com tempo cronometrado. “Para urinar, deixaram para nós esse recipiente de plástico”, mostrou um dos detentos do bloco E.

Outro detento informou que eles estão sem acompanhantes e apenas recebem visita nos horários estabelecidos pela unidade de saúde. Uns estão com tuberculose, pneumonia, malária, doença de pele, entre outros agravos. Não existe isolamento para quem necessita e nem máscara específica para chegar perto de quem está com doença infectocontagiosa.

Questionada sobre o atendimento médico, a mãe do reeducando Paulo Victor Fernandes, Hosnilda Paixão, foi categórica: “Eu busco justiça para a saúde do meu filho. Ele errou e merece pagar pelos erros, mas com saúde e todo o direito que um ser humano tem”.

Ela relatou que o seu filho tem água nos pulmões, hérnia e suspeita de câncer no testículo. “Eu peço às autoridades o direito de acompanhar meu filho, que eu me responsabilizo, e também a visita de um urologista que já foi encaminhado, porém nunca veio. Ele espera desde o último dia 10”, informou.

Mariana Silva Barros, mãe de Tiago Azevedo, internado no HGR desde o dia 15, afirma que o filho foi internado depois que o encontrou desmaiado, durante uma visita na PAMC. “Eu peço às autoridades que descubram o que fez ele ficar paralítico e que faça ele voltar a andar. Ele era jogador de um time. Ficou paralítico dentro da cadeia, entrou andando e agora está nessa situação deprimente”, disse com a voz embargada.

Mariana ressaltou que não  tem nenhuma resposta médica sobre o que levou o filho a ficar paralítico, além da anemia profunda que ele tem. Ela conta que o filho é preventivado, está à disposição da justiça há 6 meses e há 3 meses apresentou um quadro de paralisia. “Estou indo na Sejuc para saber os motivos da retirada de acompanhantes. Por ser paralítico, o meu filho precisa de ajuda para fazer tudo. Ele não pode ficar sem alguém para ajudar. A equipe de enfermagem não faz, muito menos os agentes [carcerários]. Isso não pode ficar assim”, salientou ela, dizendo que ia pedir um posicionamento da Sejuc.

ASCOM-RR

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