Parceria entre DPE-RR, UFRR e Sejuc oferece suporte emocional a internos do regime semiaberto
“Ampliar a atuação da psicologia com a comunidade é de extrema importância”, afirma Julie Pedrosa, aluna do projeto – FOTO: ASCOM/DPE-RR
Reeducandos do regime semiaberto recebem apoio psicológico para fortalecer o processo de ressocialização e reconstruir vínculos familiares. O projeto busca reduzir a reincidência criminal e preparar os internos para a reintegração social e profissional.
A iniciativa é fruto da parceria entre a Defensoria Pública de Roraima (DPE-RR), a Universidade Federal de Roraima (UFRR) e a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc). A ideia surgiu a partir da percepção do defensor público-geral, Oleno Matos, sobre a necessidade desse suporte. O projeto de iniciação científica é coordenado pela professora Margarida Dantas, da UFRR.
Desde janeiro, os atendimentos ocorrem na Cadeia Pública, com dois internos atendidos por semana. O diretor da unidade, Pablo Pauli, explica que a meta é alcançar até 300 reeducandos.
O assessor técnico da DPE-RR, Ricardo Watanabe, destaca que a proposta tem origem na experiência do projeto “De Volta para Casa”, voltado a egressos do sistema prisional. “O defensor público-geral percebeu essa carência e me incumbiu de buscar o apoio do curso de Psicologia da UFRR. A professora Margarida Dantas abraçou a ideia e desenvolveu o projeto de iniciação científica com esse foco. Agora, os trabalhos estão sendo executados na Cadeia Pública”, explicou.
A professora Margarida Dantas ressalta que o projeto começou com estudos teóricos em setembro do ano passado e, em janeiro, avançou com visitas e a escuta dos reeducandos. “Temos quatro alunas envolvidas, que atendem dois internos por semana. Cerca de oito já foram atendidos. O objetivo é facilitar a ressocialização, ajudando-os a retomar laços familiares e se prepararem para a reintegração social e profissional”, afirmou.
Interesse inédito
A iniciativa despertou grande interesse entre os estudantes de Psicologia da UFRR. Para selecionar os participantes, foi necessário um processo seletivo, já que 14 alunos se inscreveram para poucas vagas. Esse alto número de candidatos reflete o crescimento do interesse pela psicologia jurídica.
Julie Pedrosa, aluna do oitavo semestre, destaca a importância do projeto para sua formação. “Está sendo uma experiência enriquecedora. Até pouco tempo atrás, não tínhamos muitas oportunidades na área de psicologia jurídica. Poder atuar além da clínica e conhecer diferentes realidades é essencial para nossa formação”, declarou.
O projeto segue em andamento, com o compromisso de ampliar o suporte emocional aos reeducandos e contribuir para sua ressocialização.