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DIREITO DE AMAR: DPE-RR celebra cidadania em cerimônia de casamento de 19 casais na Cadeia Pública de Boa Vista

Evento ocorreu nessa quinta-feira (24), em parceria com o TJRR, a Sejuc e o Cartório Loureiro

Ao todo, 19 casais tiveram os laços familiares fortalecidos através do exercício pleno da cidadania – FOTO: ASCOM DPE

Em uma manhã recheada de emoções, a Defensoria Pública de Roraima (DPE-RR) realizou a cerimônia de casamento coletivo “Direito de Amar”, edição do projeto “Enfim, Casados!” voltado para casais em que ao menos um esteja no sistema prisional. O evento ocorreu neesta quinta-feira (24), na Cadeia Pública Masculina de Roraima.

Ao todo, 19 casais tiveram os laços familiares fortalecidos através do exercício pleno da cidadania. A iniciativa é uma parceria da DPE-RR com a Vara da Justiça Itinerante do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SEJUC) e o Cartório Loureiro.

 

Com a certidão de casamento em mãos, as esposas recém-casadas poderão justificar o laço familiar e ter o direito de visita – FOTO: ASCOM DPE

Um desses casais é formado por André Lourenço e Mayara Dielly, que se conheceram através de amigos e que já estão juntos há mais de quatro anos. Eles contam que sempre sonharam com o matrimônio e, agora com esse sonho realizado, já poderão pensar no primeiro filho do casal.

“O amor que eu sinto por ele e o amor que ele sente por mim nos mantém firmes. O meu plano para o futuro é construir minha família, que é o que a gente sempre fala quando nos vemos”, contou Mayara.

“Eu tenho muito a agradecer a ela por ser minha companheira, minha amiga e tudo que eu preciso. Ela é tudo para mim. Sonho em sair dessa dificuldade, tenho fé em Deus que vai passar e vamos poder curtir nossa vida e nosso casamento. A Defensoria veio para ajudar a gente nessa questão e eu só tenho a agradecer”, completou André.

Agora com a certidão de casamento em mãos, as esposas recém-casadas poderão justificar o laço familiar e ter o direito de visita garantido, auxiliando no bem-estar delas e na ressocialização dos maridos reeducandos do sistema prisional do estado.

FOTO: ASCOM DPE

A chegada do “Enfim, Casados” no sistema prisional de Roraima é mais um passo na busca por alcançar o maior número de pessoas possível, que é um dos pilares da DPE-RR, como destaca a defensora pública Elceni Diogo.

“Não é porque a pessoa está privada de liberdade que ela deixa de ser cidadã. Lógico que, se ela cometeu algum delito, ela vai ser penalizada, mas a Defensoria Pública não deixa de estar ao lado dessa pessoa”, reforça a coordenadora do projeto.

Os recém-casados Thalison Aguiar e Adriely Cavalcante, que oficilizaram a relação após quase quatro anos de relacionamento, contaram que a cerimônia reascendeu a esperança de dias melhores para os dois. “Casar sempre foi um sonho meu, desde pequeno. Conheci essa mulher pra mudar minha vida e o que sinto por ela, não tenho nem palavras para explicar”, disse o marido.

“O que nos une é o amor. Não é fácil não estar perto da pessoa que a gente ama, é difícil viver longe, mas todas nós somos gratas pela oportunidade que estão dando pra nós”, complementa a Adriely.

Uma segunda cerimônia será realizada no dia 22 de novembro, dessa vez na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (PAMC), onde mais 35 casais oficializarão suas uniões, reforçando o compromisso da Defensoria com os direitos dos reeducandos à união estável e à formalização de suas relações dentro dos parâmetros legais.

“Não é porque a pessoa está privada de liberdade que ela deixa de ser cidadã”, diz defensora pública – FOTO: ASCOM DPE

ESFORÇO CONJUNTO: O defensor público-geral de Roraima, Oleno Matos, celebrou o sucesso da edição “Direito de Amar”, que segundo ele, traduz a defesa dos grupos mais vulneráveis, principal missão da instituição. Ele aproveitou para ressaltar a importância dos parceiros da DPE-RR na realização do evento.

“Os parceiros, através dos seus departamentos, possibilitaram que nós pudéssemos realizar essa primeira etapa de outras que virão. Espero que isso seja um pontapé para que possamos buscar cada vez mais o fortalecimento da sociedade, para o verdadeiro bem-estar social de todos. É um momento sem igual”, celebrou o defensor.

O diretor da Cadeia Pública Masculina, Pablo Pauli, vê o casamento como uma oportunidade dada aos reeducandos de consolidação do sonho de construírem suas famílias. Segundo ele, a atividade ajuda diretamente na recuperação dos privados de liberdade e mostra que eles não estão à margem da sociedade.

“Esse casamento vai demonstrar que os reeducandos, embora estejam privados de liberdade, não estão abandonados ou esquecidos, nem pela família, nem pelo Estado, que vem até uma unidade prisional promover um evento tão bonito como esse”, disse.

 

FOTO: ASCOM DPE

Durante a cerimônia, o juiz de paz Josiel Loureiro fez questão de lembrar aos privados de liberdade que existe um futuro para eles fora do sistema prisional. Ele afirma que o esforço conjunto entre as instituições oferece conforto e acolhimento.

“Todos esses casais e noivos que estão aqui decidiram refazer as suas vidas. Para nós é uma honra acalentar essas pessoas e mostrar a elas que elas não são invisíveis e que a sociedade as respeita. Juntos, poderemos fazer um mundo melhor”, finalizou Loureiro.

FOTO: ASCOM DPE

ENFIM, CASADOS: Somente neste ano, a DPE-RR já realizou três edições do projeto “Enfim, casados!”. Além do evento de hoje na Cadeia Pública, no dia 10 de maio, 252 casais disseram “sim” no Parque do Rio Branco. Já no dia 2 de agosto, foi a vez de celebrar a união de três casais formados por pessoas LGTQIAPN+, na edição “Toda Forma de Amar”, que ocorreu na sede Cível da Defensoria.

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