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AMOR SEM FRONTEIRAS: Defensoria Pública de Roraima realiza maior casamento coletivo de imigrantes do país

Entre venezuelanos e brasileiros, 198 casais disseram sim e formalizaram a união

FOTO: ASCOM/DPE

A iniciativaoficializou a união de 198 casais

Em uma cerimônia marcada pela emoção, a Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR) e seus parceiros realizaram a 4ª edição do casamento coletivo “Enfim, Casados! Edição Sem Fronteiras”. A iniciativa, que oficializou a união de 198 casais, consagra o amor e promove cidadania para estrangeiros.

O evento foi realizado no início da noite desta quinta-feira (7), no ginásio Senador Hélio Campos, no bairro Canarinho, em Boa Vista, capital de Roraima.

A ação marca o encontro de dois programas da DPE-RR: o “Enfim, Casados!”, ação para garantir direitos e proporcionar estabilidade jurídica a casais de baixa renda e o “Cidadania Sem Fronteira”, que oferta assistência jurídica a migrantes e refugiados para questões familiares.

O casamento coletivo não se restringiu ao ato formal, mas incluiu todos os elementos de uma cerimônia tradicional, desde a decoração, bolo, até a marcha nupcial, sem custos para os noivos.

Defensor público-geral, Oleno Matos: “O casamento coletivo é um símbolo para Roraima, especialmente após a migração em massa, fenômeno em que casos de xenofobia se intensificaram”. 

FOTO: ASCOM/DPE

Para o defensor público-geral, Oleno Matos, o casamento coletivo é um símbolo para Roraima, especialmente após a migração em massa, fenômeno em que casos de xenofobia se intensificaram. Ele enfatizou que a união entre brasileiros e venezuelanos é um passo importante para evitar discriminação e promover a inclusão.

“É uma alegria para a Defensoria poder proporcionar esse momento de felicidade para essas famílias”, destacou. Ele pontuou que esta ação foi uma iniciativa da DPE-RR, mas só foi possível graças aos parceiros: Vara da Justiça Itinerante, Operação Acolhida, Cartório Loureiro do 1º Ofício, Cartório Daniel Aquino do 2º Ofício e Serviço Pastoral do Migrante.

A defensora pública titular da Câmara de Conciliação da DPE-RR e organizadora do casamento, Elceni Diogo, destacou que este é o maior casamento de migrantes já realizado no Brasil. Ela explicou que esta formalidade tem seu valor afetivo, mas também por motivos legais. “Isso é importante tanto para entrada no abrigo, quanto para o processo de interiorização, pois o casamento garante a formalização do núcleo familiar”, esclareceu.

 O momento reuniu várias histórias emocionantes

FOTO: ASCOM/DPE

A juíza titular da Vara da Justiça Itinerante, Graciete Sotto Mayor pontuou que o “Enfim, Casados!” é uma das parcerias mais especiais  e um dos projetos mais bonitos com a Defensoria Pública.

“A grande maioria já vive maritalmente e busca a justiça, busca a Defensoria, para fazer uma grande declaração de amor. Então, essa parceria vale muito a pena. Todos os processos passam pela Justiça itinerante e a gente tem um cuidado todo especial, porque a gente está trabalhando com os sonhos, os sonhos dos casais”, comemorou.

HISTÓRIAS DE AMORO momento reuniu várias histórias emocionantes, como a de Elisângela Ribeiro Vasconcelos, uma amazonense de 31 anos, profissional de Recursos Humanos, e Geobert Neomar Ontiberos, um venezuelano de 35 anos, autônomo. O destino os uniu em Santa Elena, na Venezuela, fronteira com Pacaraima, município brasileiro onde Elisângela trabalhava na loja da mãe.

Juntos há oito anos, o casal construiu uma família, com uma filha de seis anos. O sonho de formalizar essa união sempre fez parte dos planos do casal. “Os documentos não estavam dando certo. Aí, ele foi dois dias lá [na Defensoria] e deu certo. Estamos aqui hoje, muito felizes, realizando um sonho”, disse Elisângela.

Ambos venezuelanos, a história do casal Manuel Moreno, mestre de obras, de 44 anos, e Rosimar Rodrigues, dona de casa, de 38 anos, é guiada pelos valores cristãos. Eles têm oito filhos juntos.

“Como somos cristãos, a gente tem que estar casado, tudo certo, sabe? A gente estava procurando um casamento para a gente. Então, nós fomos atrás, investigando, correu a voz de que aqui eles estavam fazendo essa inscrição para fazer um casamento. Aí a gente procurou e estamos assim agora”, disse ele, em português, na companhia dos filhos.

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