Defensora participa de Encontro da Mulheres Pretas, Latino-Americanas e Caribenhas para discutir políticas públicas para participação igualitária
Mulheres pretas, latino-americanas e indígenas realizaram um debate sobre o acesso e participação igualitária dessas minorias na sociedade. O evento ocorreu no auditório da Casa da Mulher Brasileira, bairro São Vicente, e contou com a presença de servidores da Defensoria Pública de Roraima, Secretaria de Trabalho e Bem-Estar Social e Organizações Não Governamentais, assim como instituições ligadas ao tema e profissionais liberais.
Para quem foi vítima de racismo, como Cristina Leite, a ação tem grande relevância ao relembrar sua trajetória. O evento ocorreu na quarta-feira (19).
“Fico muito feliz em contribuir com a minha experiência de vida. Sofri racismo na minha formação acadêmica e, muitas das vezes, não sabia como me defender”. Para a socióloga, que foi uma das palestrantes, é importante fazer uma reestruturação familiar. “As mães precisam entender que não podem falar para os seus filhos que eles têm o cabelo ruim ou fuá. Isso faz com que eles pensem que o preconceito é aceitável”, alerta.
A defensora pública Terezinha Muniz representou a DPE-RR no debate. Ela destacou a possibilidade de as mulheres conversarem diretamente com as autoridades. “Nós, da Defensoria, temos um setor específico para atender quem sofre com qualquer tipo de agressão, incluindo o racismo. Debates como esse facilitam ouvir, de fato, o que essas vítimas precisam e como todos podemos trabalhar para atendê-las”.
A militante do movimento negro em Roraima e coordenadora estadual de promoção de igualdade racial, Rafaela André, avaliou a importância de criar políticas públicas que visam combater o preconceito. “O debate é muito importante para reunir o maior número de mulheres, de forma plural, para discutir assuntos pertinentes, como o racismo e a violência de gênero”, analisou.
O evento ocorreu em alusão ao Dia das Mulheres Pretas, Latino-Americanas e Caribenhas, 25 de julho. A data foi instituída pela ONU após a realização do primeiro encontro dessas mulheres na República Dominicana, em 1992, em que discussões sobre denúncia, enfrentamento ao racismo e as violências de gênero foram pautadas. No Brasil, na mesma data, ficou instituído o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra (Lei 12.987/2014).