MIGRANTES: Xenofobia e vulnerabilidade foram pontos altos no Diálogo Virtual da Defensoria

O bate-papo abordou o fluxo migratório em Roraima da origem ao ápice

Migração, Refúgio e Casa de Acolhimento foram os eixos que nortearam o último diálogo virtual realizado no Instagram da Defensoria Pública de Roraima (DPE-RR), entre a defensora pública Jeane Xaud e a coordenadora do CMDH (Centro Migrações e Direitos Humanos), irmã Telma Lage.

 O projeto batizado de “Diálogo Virtual” abordou três vertentes da Campanha Nacional das Defensoras e Defensores “Racismo se combate me todo lugar”, povos indígenas, negras e negros e migrantes. 

 A campanha lançada pela Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP) têm como objetivo fomentar a necessidade de equidade étnico-racial no acesso aos direitos e políticas públicas de pessoas indígenas, negras, quilombolas e povos tradicionais.

 Há sete anos em Roraima, trabalhando com serviço humanitário, a Irmã Telma afirmou que a primeira palavra que aprendeu em espanhol ao ter contato com pessoas de nacionalidade venezuelana, foi “hambre” que traduzindo para o português significa “fome”. Ela pontuou este fato como marcante em sua atuação no estado. “Os migrantes que chegam precisam de proteção. O que eles querem não é nada além da dignidade, seja de ter o pão de cada dia, seja o teto de moradia.”

 Para desmitificar a xenofobia de muitos sobre a retirada de direitos dos brasileiros, Telma afirmou que precisamos entender que o critério de atendimento humanitário local não é em razão da nacionalidade, mas diante da presença da vulnerabilidade existente, ou seja, gerar proteção independentemente do local de origem da pessoa.

 Ainda na oportunidade, disse que os estereótipos são marcas do racismo. “Há expressões ditas por pessoas carregadas de maldade que trazem violência reprimida. Termos que revelam o racismo que está impregnado em nosso meio”, mencionou Telma.

  Durante o encontro, a defensora Jeane declarou que o fluxo migratório Venezuela-Brasil começou com o “rosto feminino” e que a Defensoria tem papel imprescindível na garantia dos direitos fundamentais.

 Telma usou uma frase ouvida recentemente para encerrar a sua participação: “Às vezes, o mais o importante não é o que falamos, mas se as pessoas que estão nos ouvindo estão nos compreendendo. Nesse ponto, eu acredito que a Defensoria tem um papel muito importante nisso. Há muita violação de direitos e essas pessoas não se comunicam bem, não sabe onde argumentar para ter acesso à proteção, ao cuidado e à defesa, que é direito de todo mundo”, frisou.

 A defensora ressaltou que toda sociedade tem o dever de combater o racismo. “É importante que cada um faça sua parte. Os direitos humanos estão postos, foram firmados. Cada um tem que fazer a sua parte combatendo o racismo e a xenofobia”, concluiu Jeane

 

ASCOM-DPE

Top